Eu fiz genealogia pela primeira vez aos dez anos de idade. No ano de 1993, para ser mais exata. E a minha cabeça simplesmente "explodiu" nesse dia. Sentada na mesa da cozinha de sua casa, minha vó, Elodina Oliveira Mendonça, esposa do meu avô, Dirceu Amaral Mendonça, o qual eu nunca conheci, atendeu aos meus pedidos e começou a me contar sobre os meus bisavós, meus trisavós.... Comecei a anotar aqueles nomes avidamente. Eram pessoas que eu nunca ouvira falar e que, de alguma maneira, faziam parte da minha história. Aquele pedaço de papel tornou-se um tesouro. E eu sempre repetia aqueles dados, pois eu não queria esquecê-los. Eu queria preservar aquela memória afetiva. E uma coisa que é interessante. Ao longo dessa pesquisa, mesmo que tanto tempo tenha se passado entre esse episódio na casa da minha avô e esse momento da vida adulta, onde tenho pesquisado com mais afinco, ainda sinto essa emoção infantil quando descubro alguma coisa nova sobre a família. É como se um quebra-cabeças estivesse incompleto e finalmente eu conseguisse encontrar a peça que faltava. Em 1993, eu fiz genealogia pela primeira vez, pois eu queria conhecer meu avô, o qual faleceu quando meu pai tinha 9 anos de idade. Como ninguém falava sobre o assunto com uma criança, eu precisava adentrar nesse universo "adulto" de outra forma. E então, com essa "árvore improvisada", descobri muitas coisas sobre o seu Dirceu, a profissão dele, detalhes da personalidade, coisas muito interessantes. Eu posso não ter convivido com ele, mas senti, naquele momento, que eu o conhecia. Pelo menos um pouquinho. E essa é a mágica da pesquisa sobre a história familiar: a possibilidade de resgatar, através da genealogia e da história, a trajetória dos personagens que compõem a família. E é essa é a proposta do blog, recuperar o passado, a fim de que as novas gerações possam conhecer suas raízes. E se sintam da mesma maneira ao descobrir quem eram os seus antepassados, os quais não puderam conhecer. E isso só foi possível, pois muitos membros da família Mendonça aceitaram participar de um grupo no Facebook e, através dessas trocas de informação, conseguimos resgatar muitas coisas importantíssimas da história familiar. Meu agradecimento profundo para todos(as) que tem ajudado nesse projeto!