José Bernardo de Mendonça
Nome Alternativo: Em alguns registros de batismo em Viamão (RS), ele aparece como José Bernardes de Mendonça.
José Bernardo de Mendonça nasceu em 25 de fevereiro de 1755, na Freguesia de Cedros, Horta, localizada na Ilha de Faial, parte do Arquipélago de Açores. Filho de Manoel Francisco Furtado de Mendonça e Isabel da Rosa.
Certidão de Batismo de José Bernardo |
José casou-se com Ignácia Laureanna Bernarda de Escobar em 23 de setembro de 1777, na Igreja de Santa Bárbara, na Freguesia de Cedros, Horta, Ilha de Faial.
Certidão de Casamento de José e Ignácia |
Paróquia de Santa Bárbara |
Ignácia Laureana Bernarda de Escobar
Ignácia era filha do casal Antonio Oliveira de Escobar e Ana Maria da Conceição. Nasceu em 20 de março de 1754, em Cedros.
José e Ignácia tiveram 11 filhos:
José de Mendonça: Cedros - Açores (29/07/1778 - )
Angélica Bernarda de Escobar: Cedros - Açores (28/12/1779 - )
Gervásio José Bernardes: Cedros - Açores (07/05/1782 - )
Antônio Bernardo de Mendonça: Cedros - Açores ( 27/04/1785 - )
Ludovina Bernarda Laureanna de Escobar: Viamão - Brasil ( 26/12/1788) - Ludovina foi registrada como Delfina em seu registro de batismo.
João Silveira de Escobar: Viamão - Brasil (14/06/1790 - ) * Também conhecido como João Silveira de Mendonça.
Sebastião José Bernardes: Viamão - Brasil (14/07/1792 - 27/09/1845)
Henrique de Mendonça: Viamão - Brasil (10/04/1795 - )
Félix de Mendonça: Viamão - Brasil (28/10/1796 - )
João de Mendonça: Viamão - Brasil (28/01/1788 - )
José Bernardo de Mendonça e Ignácia Laureanna Bernarda de Escobar, muito provavelmente, chegaram ao Brasil através do porto de Desterro, em Santa Catarina. Sobreviveram a uma viagem infernal, a qual, poderia durar até 30 dias. Eles receberam uma sesmaria em Viamão. Os casais açorianos vinham para o Brasil, seduzidos por uma série de benesses oferecidas pelo reino de Portugal, as quais nem sempre eram cumpridas:
Por esse documento , o Rei acenava com uma série de privilégios e regalias aos que quisessem lançar-se na aventura da imigração . Entre esses privilégios , incluía-se o transporte até o local de origem por conta da Fazenda Real . O critério básico para inscrição era uma idade limite de 40 anos para os homens,e de 30 para as mulheres. Quando desembarcassem no Brasil , as mulheres que tivessem idade superior a 12 anos e inferior a 20, casadas ou solteiras , receberiam uma ajuda de custo individual de 2$400 réis . Os casais receberia m 1$000 por cada filho. Os artífices receberiam 7$200 de ajuda. Ao chegarem ao local de povoamento, receberiam "uma espingarda, duas enxadas, um machado, uma enxó, um martelo, um facão, duas facas, duas tesouras, duas verrumas, uma serra com uma lima e travadoura , dois alqueires de sementes , duas vacas e uma égua". Enquanto preparavam as terras para o cultivo agrícola,esperando as primeiras colheitas, seriam sustentados pela Fazenda Real. No primeiro ano, conforme o edital : "se lhes dará a farinha que se entende basta para o sustento , que são três quartas de alqueire de terra por mês para cada pessoa, assim dos homens, com o das mulheres, mas não às crianças que não tiverem sete anos; e, aos que tiverem até quatorze, se lhes dar á quarta e meia para cada mês". O edital prometia isenção do serviço militar para os homens. Cada casal deveria receber uma data de terra de um quarto de légua quadrado, ou seja, 272 hectares . No caso de uma família ser muito numerosa e necessitar de maior quantidade de terras para cultivar, poderiam fazer a solicitação . [1]
Antes de imigrar para o Brasil, Mendonça era alferes da ilha. Ajudava na defesa. Seu pai e outros membros de sua família também desempenhavam essas funções. Naquela época, eram comuns os ataques de piratas ao arquipélago. Como o Rio Grande do Sul era parte do reino português, por essa razão continuou sendo chamado dessa maneira nos registros de batismo de seus filhos em Viamão.
Em Viamão, José fazia parte da Irmandade do Santíssimo Sacramento, onde congregava a elite paroquial da época. O organismo tinha critérios rígidos para a entrada de novos membros.
Analisando-se o compromisso de 1755 da irmandade do Santíssimo Sacramento de Viamão, fica claro o caráter seletivo da irmandade, pois, conforme seu quinto capítulo, “toda pessoa que quiser entrar nesta Confraria fará petição à mesa, e constando ser homem ou mulher branca e limpa de toda a Raça, será admitida pagando logo de entrada mil e seiscentos [réis]”. Ainda não havia entrado em vigor a legislação antidiscriminatória pombalina que procurou eliminar as distinções baseadas em critérios supostamente raciais; por isso, no compromisso da confraria viamonense fora enfatizada justamente a exclusão dos indivíduos que não tivessem a necessária “limpeza de sangue”.13 No entanto, dada a origem mestiça de uma parte da elite local, parece bastante provável que esta barreira valesse para uma possível ascendência africana ou judaica, mas que houvesse uma tolerância quanto a eventuais antepassados indígenas. De todo modo, quando o compromisso foi finalmente confirmado pelo Conselho Ultramarino em 1786, esta exigência foi retirada, sendo substituída pelo pré-requisito que determinava somente a observância e prática dos “bons costumes. [2]